Friday, August 18, 2006

Super quê?

Bem porque raios é que o super-homem está sempre a salvar a idiota de uma jornalista e nunca mete um dedo nas estradas portuguesas?
No filme ele salvou um avião com jornalistas e uma relações publicas porque não salvou antes aquele avião cheio de crianças da Galp? Ah pois! Um herói que deveria salvar o mundo também não deveria deixar que o Bush fosse re-eleito

Super-homem diz que "voar continua a ser o meio mais seguro para viajar"

Vejamos uma das últimas acções de propaganda de sua excelência o Imperador George W. Bush, que virá talvez a ser conhecido por Dom Jorge Duplo-vê Arbusto, Imperador do Brasil, de Portvgal y dos Algarves e além-mar, muy nobre e sempre leal na expansão da Fé e da Democracia: no seu recente filme, o Super-homem impediu o desastre, sustendo o peso de uma aeronave em chamas as escassos metros do solo, fazendo-a aterrar como uma pluma e salvando todos os passageiros e tripulação. Abre as portas de emergência como quem roda as duas metades de um pêssego para lhe tirar o caroço e dirige-se neste termos aos ocupantes da cabine, ainda incrédulos: “Estão todos bem? (...) Voar continua a ser o meio mais seguro de viajar”. Isto no momento em que a economia britânica e norte-americana se começa a ressentir com os prejuízos das companhias aéreas, após ter sido desmantelado o plano da Al-Qaeda de fazer explodir 9 aviões em pleno voo e terem sido apertadas as medidas de segurança aeroportuárias. É pena que sua excelência o Imperador não possua capacidades de super-herói (há quem diga até que é um pouco banana)... o mundo seria então realmente mais seguro.

Tuesday, August 15, 2006

Senhor gerente do McDonald's

Carnaxide, 15 de Agosto de 2006,

Ex.mo. Senhor Gerente do Restaurante McDonald’s de Carnaxide,
Av. do Forte, nº 7,
Posto de Abastecimento BP,
2795 Carnaxide

Na minha visita ao vosso restaurante pude agradavelmente constatar que a qualidade significa primazia em toda vossa cadeia produtiva, desde a selecção dos ingredientes até ao produto final que chega à minha bandeja. Garantiram-me uma refeição saborosa, quente e pronta para ser consumida não esquecendo o atendimento rápido e cortês. Pude ver que a higiene é encarada com extrema seriedade pelos vossos funcionários que trabalham na área de preparo das refeições, com lavagem e higienização das mãos com sabão bactericida de hora em hora. O óleo utilizado nas frituras do McDonald's é de origem vegetal. Batatinhas fritas como as vossas só com uma mistura de 80% de óleo de soja e 20% de algodão, totalmente natural, sem qualquer aditivo ou sabores artificiais.

O vosso HappyMeal ®, em português LancheFeliz, saciou-me garantindo-me uma alimentação equilibrada, funcionando como complemento de um cardápio variado e rico em nutrientes essenciais na alimentação de crianças em idade pré-escolar. Porque não criar um menu para idosos, para que a minha avó também possa ir comigo mais vezes ao McDonald’s? Tudo no vosso restaurante me surpreendeu pelos elevados padrões de qualidade e acredito que podem ainda superar-se. Ficam as minhas sugestões.

Gostaria de saber se é possível adquirir em separado os bonecos do HappyMeal que saíram a 3 de Agosto, da colecção do Snoopy, já que eles fazem a minha alegria e dão largas à minha criatividade e fantasia.

Junto remeto Certificado de Excelência que eu próprio emiti e que espero que seja do vosso agrado.

Com os melhores cumprimentos, o vosso cliente.

Fotos

Uma pergunta: porque raios há sempre uns macacos a tirarem fotos nos casamentos? A sério. Os noivos ou os pais passam uma eternidade à procura de um fotógrafo e depois tem de haver sempre gajos que se levantam a meio da missa para tirar uma foto e dispararem um flash por toda a igreja. Será que não confiam no bom trabalho do fotógrafo? Será que querem fazer umas fotos não oficiais do casamento para as vender a preços mais reduzidos no mercado negro?

Não sei!

Tuesday, August 01, 2006

à Espera de Ruth

Esperar por Ruth tomou na minha vida o lugar do conceito multidimensional e transdisciplinar que há muito procurava. Havia em mim um vazio: uma incapacidade de ocupar na mente o espaço destinado à justificação do tempo morto, da inactividade ou da espera. Esperar por um autocarro, um comboio ou na fila para o WC é agora mais fácil sobre dois pontos de vista: em primeiro lugar porque é muito improvável que qualquer período de espera exceda o período de espera por Ruth, que aliás tende para o infinito, já que Ruth, ainda que aparecendo momentaneamente, ausenta-se de seguida, e continua a aguardar-se pela sua reaparição (veja-se que por exemplo, depois de aguardar por um autocarro, e de entrar nele, não é normalmente necessário esperar novamente por esse mesmo autocarro); em segundo porque cada vez mais o provérbio “quem espera desespera” se associa ao “quem espera sempre alcança”, já que não são completamente contraditórios, diga-o Ruth.

Assim, a utilidade da espera por Ruth não reside apenas na concretização do objecto esperado, mas sobretudo na conceptualização do período de espera em si. Deixarei de esperar por isto ou aquilo para simplesmente atentar sobre a tarefa de estar à espera e da melhor maneira de a realizar: haverá com certeza um estudo a fazer sobre as oportunidades que podem surgir na espera e que habitualmente desdenhamos em sacrifício do objecto esperado, assim como uma investigação de novas possibilidades de entretenimento para a ocupação do tempo.

O outro efeito de esperar por Ruth é a remoção do artigo definido antes dos nomes próprios no registo de língua familiar. Frases como “Onde está Pai?” ou “A semana passada fui almoçar com Maria” passarão a ser vulgares.
Para saber quem é Ruth, aprende por ti próprio(a) o que é esperar. Vai a Moçambique e pergunta por Ruth, assessora do Ministro. Pode ser que aguardes por Ruth na sala de espera.